Em “Going To California” do Led Zeppelin, ouvimos Robert Plant dizer estas palavras:
“Alguém me disse que há uma garota lá fora / Com amor nos olhos e flores no cabelo”.
No curto espaço de dois versos vemos sintetizados conceitos fundamentais como amor, música (que estamos ouvindo), liberdade e flores . Reunindo tudo num só conceito, poderíamos dizer “ Aqui está a Beleza ”: a beleza de ser livre, a beleza de ser criativo, a beleza de ser fascinado por algo, por alguém, pelo mistério do mundo e da vida. A beleza de quem somos e do que nos rodeia.
Continuando nossa imersão no mundo da excelência e criatividade italiana, escolhemos o termo “Beleza” como a palavra para este capítulo.
A protagonista da nossa história de hoje é Rosalba Piccinni , designer floral e cantora e performer, ou melhor, “ Cantafiorista ”, como ela gosta de se chamar, nascida em Bérgamo e milanesa por adoção.
Assim, a paixão pelas flores, o amor pelo canto, pela composição, pelo jazz, pelos sabores refinados da cozinha se unem para dar vida aos seus inúmeros projetos.
Hoje ela administra cinco lojas, onde o prefixo “pota” de Bergamo cria um link em tudo.
Pota refere-se ao “antigo idioma da Lombardia oriental que indicava a origem da vida , a vagina, o útero em forma de vaso”, confidencia Rosalba, “encontra-se no vaso inglês, no francês pot de fleurs e no pote para cozinhar “. É precisamente o “fio de Pota” da criatividade da Cantafiorista que liga os diferentes territórios do seu reino. Assim, ela vai de Potafiori para Potacibo, Potabar, Potalove, Potasushi, Potacream, Potatalk, Potafamily, Potavini, Potagallery.
A vontade de experimentar, de juntar sabores, cheiros e sabores diferentes, de explorar novos territórios e de fazer escolhas inusitadas pertence a Rosalba desde cedo, e exerce essas liberdades em todas as suas expressões, tanto na criação de contrastes florais inusitados e quando mundos distantes como o jazz e o pop se encontram.
Suas lojas têm a atmosfera íntima, sedutora e vitalista da noite Miles Davis; suas combinações florais brilhantes e particulares sugerem o estilo de Bill Evans; um pouco de Mina e um pouco de Diana Krall, e a voz de Rosalba mistura-se com a história, vivendo a canção “como fonte de oração e libertação”, com um repertório musical que vai do jazz ao rock à grande música italiana.
19 concertos esgotados no Blue Note , o histórico clube de jazz de Milão; um disco inédito em 2011, Arrivi (Chegadas), com 11 faixas de som pop com veia jazzística; um livro publicado por Vallardi, “ Lo dicono i fiori ” (As flores o dizem); apresentações em Nova York e em inúmeros outros eventos.
A beleza que floresce como um botão de ouro entre fevereiro e junho e se move como o vento, ao sabor do vento, encontrando seu momento de pausa e relaxamento entre seus muitos compromissos, em seu momento de café.
Para Rosalba “O café é o cheiro da casa, da família. Quando criança, ele vinha até mim de manhã cedo, me dava um bom dia. Ainda não bebi, mas senti o cheiro, moído na hora. Hoje é um ritual, e seu aroma sempre me impressiona, mesmo quando entro em um bar. Cheira a Itália. “Cheira a Itália, como todas as excelências de que falamos, como Rosalba, como Gaggia.
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